O nome de Jesus

Porque um nome gera tanta controvérsia? Porque tantas pessoas usam esse nome em suas ambições? Por que este nome foi capaz de mudar a hístória? Porque este mesmo nome consegue transformar a vida das pessoas?
  O que tem de tão especial no nome "Jesus Cristo"?

  "Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai." Filipenses 2.9-12
   
   Existem muitas vertentes religiosas que insistem em afirmar que o nome "Jesus" não é o nome correto do Messias ( Já surgiram tantas opções por ai como "Yehoshua", "Yaohúshua Hol Mehushkhay" (vai saber como se pronuncia isso e de que lingua que é?), "Jeová",etc.) pois o nome original seria o nome hebreu e que foi corrompido pela religião, blá blá blá...coisa de pessoas que querem dizer coisa nenhuma com muitas palavras.
   O fato é que o nome de Jesus tem sido grosseiramente atacado tanto pelas religiões anti-cristãs como pelas pseudo cristãs, umas querendo negá-Lo, outras o utilizando de maneira inadequada, outras ainda nem o utilizando...vejamos o que a Escritura, a história e a linguistica tem a nos mostrar.

   Primeiramente vamos ao fator linguistico:
   
  O nome "Jesus" é uma transliteração do Latim "Iesvs", já que no latim a letra "J" surgiu posteriormente para diferenciar o "I" vocálico do "I" consonantal, e nem o "U". A ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. define: "O emprego das letras j e v para representarem o i e u consonânticos ocorreu na época do renascimento, foi difundido por Pierre de la Ramée, também conhecido como Petrus Ramus. Foi filósofo francês, reformador da lógica Aristotélica, aderiu a reforma protestante em 1561. Morto no massacre que se seguiu a Noite de São Bartolomeu. Escreveu "Instituições dialéticas" (1543) e "Contra Aristóteles" (1543). A expressão "letra Ramista", ficou sendo uma designação comum as consoantes j e v, em homenagem a ele, que primeiro as distinguiu das vogais i e u em textos franceses.";  Nem a "K" também, esta provém da letra χ (ki) do alfabeto grego, de onde surge a palavra Χριστός (Christos) que foi transliterada ao latim como "Christus".
  Iesvs, por sua vez é a transliteração do grego "Ιησούς" (Iesous), que é a helenização do aramaico "ישוע" (hcwsY - lê-se da dir. p/ esq.) que transliterado ao português fica "Yeshua".
  Os tradutores da versão grega das escrituras, a septuaginta, não encontravam uma consoante no grego que fosse correspondente ao "י" (yod) hebraico, a solução encontrada foi substituí-la pela vogal grega ι (iota). Assim as palavras, e consequentemente os nomes, originalmente começados pela consoante "י" (Y) passaram a serem escritas pela vogal "I" o que resultou na alteração vocálica dos mesmos (Jeremias ficou Ieremias, Jesus ficou Iesus, etc.),o mesmo se deu com o latim nas letras i e u.
   A letra ע (ayin) do final do nome original ישוע foi substituida pelo ς (sigma) grego e por fim pelo s latino. Assim o "Yeshua" se tornou Ιησούς (gr) e posteriormente Iesvs (Lt). A diferença na pronuncia do aramaico para o grego se deve as regras gramaticais do grego Koiné, lingua em que foi traduzida a LXX (Septuaginta) e a qual foram escritas a maioria das cartas neo testamentárias.
   Etimologicamente ישוע é a variação do hebraico יהושע (Yehoshua) ou Josué. "Yeshua" é formado por quatro letras que significam "Salvar" e tem raiz na palavra ישועה (Yeshuah) que significa "Salvação", יהושע por sua vez significa "Deus Salva", pois contém o acréscimo da abreviação "Yh" do tetragama (יהוה), o nome de Deus.
   Em algumas linguas, como o ingles, por exemplo, mantem a escrita hebraica do nome Josué, que é Joshua, o mesmo nome de Jesus.
   
   Fator Histórico:

   Historicamente, tanto o nome ישוע como יהושע eram nomes comuns, principalmente na região da judéia. O nome de Jesus deveria seguir o costume regional sendo que o nome principal era seguido pelo nome paterno, ou seja, vemos as referencias de nomes como o de "Josué filho de Num", "Tiago, filho de Zebedeu", "Tiago, filho de Alfeu" sempre tendo a referencia paterna, o que indica que o nome de Jesus em hebraico seria ישוע בן יוסף (Yeshua ben Yousef) "Jesus filho de José". Esse costume ainda existiu por muito tempo nas linguas germanicas, principalmente nas linguas escandinavas, temos como exemplos os nomes Ericson ("filho de Eric"), Neilson ("filho de Neil"), etc.
   Como os nomes eram comuns, a diferenciação dada a importância da pessoa de Jesus era o termo Nazareno,ou o epíteto "Ungido" em hebraico משיח (Meshiach) que traduzido ao grego ficou Χριστός (Cristos); Como o Novo Testamento foi redigido num grego tardio chamado koiné, o nome Yeshua Mashiach foi traduzido para Iesoûs ho Khristós, literalmente "Jesus o Ungido". Segundo Aldo Bizzocchi, doutor em Linguística pela USP, com pós-doutorado pela UERJ, pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Etimologia e História da Língua Portuguesa da USP: À medida que o Cristianismo se disseminou por Roma, chegando ao ponto de assumir o latim como sua língua oficial, o nome grego de Jesus foi latinizado para Iesus Christus (o latim não tem artigos), donde o português Jesus Cristo, o espanhol Jesucristo, o inglês Jesus Christ, e assim por diante. Mas, se "ungido" em latim é unctus, por que Jesus não ficou conhecido em Roma como Iesus Unctus? É que o prestígio da língua grega em Roma era muito grande, e o fato de os Evangelhos terem sido escritos em grego pesou decisivamente para que o epíteto grego Khristós não fosse traduzido, mas apenas adaptado para Christus. Por essa razão, mesmo os cristãos falantes do latim chamavam seu mestre de Christus e não de Unctus. 

   Fator profético.

  As professias sobre o Messias abrangem quase que totalmente as Escrituras, seja no sentido literal ou subjetivo, os próprios livros na organização massorética nos dão referencias a pessoa dEle, portanto abordarei apenas as principais referencias que tangem o nome de Jesus.

  "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;" Isaías 9.6
  "Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel." Isaías 7.14
  "Ninguém há semelhante a ti, ó SENHOR; tu és grande, e grande é o poder do teu nome." Jeremias 10.6
  "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles." Mateus 1.21
  "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles." Mateus 18.20
  "Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis." João 5.43
  "Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei." João 14.14
  "Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai." Filipenses 2.9-11

  Todos estes versiculos se referem diretamente a pessoa e ao nome de Cristo. Ser o Cristo significa muito mais do que ter apenas um nome ou uma resignação. Muitas religiões questionam duramente a questão do nome de Jesus, mas muitos homens mundo afora tiveram este mesmo nome e nenhum deles tinha o que tinha Jesus, o Cristo.
   A distinção pelo fato de ser o próprio Deus Filho encarnado miraculosamente em uma jovem virgem descendente direta da linhagem de Davi já é suficiente para termos um numero extenso de profecias cumpridas, porém isso ainda parece não ser suficiente para muitos, então acrescenta-se ao fato de que as maravilhas realizadas "...se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos." (João 21.25), e ainda os fatos de que ele cumpriu com riqueza de detalhes a morte na cruz, a ressurreição e a assunção, além da descida do Espírito Santo, da inspiração das Sagradas Escituras, do crescimento da Igreja, do fechamento do canon, da sobrevivencia da Escritura mesmo em meio a religião romana corrompida, da Reforma protestante e das vidas transformadas através destes mais de 2000 anos apenas por meio de um único Nome: Jesus Cristo.
   Este é muito mais do que um nome, é O nome do Deus que Vive, e que Reina, e que opera em nós com a mesma força de antes e o fará para Sempre.
  
  Mas porque nas profecias não consta o nome direto, mas apenas referências a pessoa do Cristo? Porque o nome em sí não é o importante, mas sim a pessoa do Cristo. O nome está ligado intrinsecamente ao seu significado, que é o mais importante e  quando compreendemos o que representa a pessoa do Cristo, ou Messias, principalmente para o povo judeu, então nossa compreensão do que representa este nome fica mais abrangente.
  
  Vimos nas referencias biblicas que o Messias seria uma pessoa proeminente, que restauraria Israel, que faria a presença de Deus visível neste mundo. O problema é que o povo de Deus estava corrompido com a religiosidade, então eles entenderam que todas aquelas promessas se referiam somente ao mundo físico, quando a principal obra do Messias seria feita do mundo Espiritual para o fisico. O princípio básico da missão do Messias seria restabelecer o contato de Israel com seu Deus, tornando-os Filhos adotivos dEle. Israel seria muito mais do que um povo, seria a "embaixada" do reino de Deus na terra. Porém a religião corroeu o sentido espiritual deste propósito, o que causou tanto rebuliço quando do ministério de Jesus. Eles não conseguiam entender que pelo fato de se terem corrompido pela religiosidade Deus optara por resgatar aqueles que desejassem com o mais profundo desejo da alma, se tornarem filhos de Deus, ao ponto de sacrificarem suas vidas por isso. Jesus deu o passo inicial e se sacrificou primeiro, mas não foi apenas isso, ele teve que passar por provas, testes, teve que exercitar a autoridade conquistada com o preço do sacrifício dia após dia...Jesus não veio como Deus, mas sim como realizador de restauração do proposito inicial para o homem, por isso o apóstolo Paulo o chama de "Último Adão" (Rm 5.14; 1 Co 15.22,45), poi o primeiro Adão (Adão também é um nome significativo, não somente pessoal) não manteve suas características espirituais intocadas e caiu, mas Jesus, o Último Adão, restaurou a aliança quebrada e se manteve puro e intocado. O propósito disto é a retomada da autoridade do homem sobre a sua própria natureza corrompida e sobre o reino espiritual que o aprisionava no erro, afastando-o de Deus. Jesus, logo na juventude já se destacava espiritualmente, intelectualmente e ministerialmente, vê-se isto no fato de que com apenas 12 anos ele já tinha condição de discutir sobre a Lei com os Anciãos, isto não era tarefa facil nem mesmo para os próprios anciãos quanto mais a um garoto de 12 anos apenas, que naquela época era considerado muito mais ingênuo do que hoje. Para se ter uma noção mais exata do que isso representa, seria o mesmo que uma criança de 12 anos discutir com um físico sobre a relatividade hoje. 
  Jesus assumiu um posição que o colocava em risco de morte não pela Lei em si, mas sim pelo corporativismo reinante nas autoridades judaicas da época; pois os Fariseus, Saduceus e Escribas não somente eram separações religiosas como políticas também, embora estivessem sob a supervisão de um tetrarca Romano. Por isso eles não podiam simplesmente matar Jesus, precisavam do aval de Roma para isso, e para tanto tinham que ter um motivo justificável, e utilizaram a "blasfêmia" como estopim, pois quando Jesus afirmava que era o Messias, ele tomava para sí o título de Rei, Soberano, Deus na terra. Isso não agredia somente o ego daqueles que se acostumaram a estar "por cima da carne seca" como também agrediria a autoridade do Imperador Romano, que era considerado pelos mesmos como Rei, Soberano e Deus na terra...vejamos que historicamente o mundo havia armado todo o cenário necessário para a condenação de Jesus. O que incomodou mais ainda os religiosos da época é que isto não foi suficiente para que o condenassem, Pilatos lhes deu uma "oportunidade" de serem mais generosos, porém mais uma vez a profecia se cumpriu e a escolha deles foi: "Crucifiquem-no".
  O fato da morte de Jesus e posteriormente sua ressurreição, suscitaram vários temores aos religiosos/políticos, um deles era a tomada do poder pleno na região pelos Romanos, fato que só foi acontecer cerca de 37 anos depois com a tomada de Jerusalém, e o outro era a crescente quantidade de pessoas que se convertiam ao cristianismo, deixando de serem dependentes de sua liderança corrompida. Vemos um paralelo muito forte com o que acontece desde então até os dias atuais em que muitas autoridades religiosas  e em alguns lugares até políticas não suportam a pregação do Evangelho de Cristo.
  O impacto do que aconteceu na Judéia em relação ao Senhor Jesus foi tão forte que roma perseguia os cristãos mais do que os bandidos da época, ser cristão era considerada a pior coisas que alguém podia ser em roma. 
  O fato de o cristianismo continuar crescendo mesmo nestas condições, em que os cristão eram jogados para os leões, queimados vivos, crucificados, e sofriam torturas e outras barbáries chamava ainda mais a atenção e tornava o nome de Jesus ainda mais forte do que o do imperador de Roma, pois quem morreria pelo César com tanta sinceridade e entrega???  Estes e outros tantos fatores somados deram um lugar de Destaque principal ao nome do Nazareno Jesus, o Messias! Por isso a história foi dividida em "Antes" e "Depois" de Cristo.
  Isso não aconteceu com outros tantos fatos religiosos acontecidos no passado, por exemplo, qual foi o impacto que teve o budismo, o Confucionismo, o Hinduísmo, ou ainda o Islamismo que seja comparado ao que acontecia na igreja nos tempos apostólicos?
  As profecias que lemos se referem a essa diferença, Jesus não foi apenas um bom homem que fazia milagres, não foi apenas um líder religioso perseguido pelo sistema político/ religioso de sua época, nem tampouco apenas um mártir. Ele vive, não está morto, e não estou falando como de uma alma penada que vaga por ai, mas de uma pessoa que morreu, ressuscitou e vive. tanto quanto eu e você que me lê agora, e por que Ele vive é que é capaz de transformar vidas.
  É esse nome, que está acima de todo o nome que nos torna Filhos de Deus, Herdeiros de Deus e co-herdeiros com Ele das promessas sagradas, e tudo isso depende da nossa entrega, do nosso sacrificio constante, da nossa fé firme e inabalável nesta verdade que não pode ser compreendida pelos religiosos, mas sim pelos sinceros!
  
  Seja abençoado e livre em o Nome do Senhor Jesus Cristo!