26 de março de 2014

Vila rural da época do Segundo Templo é descoberta perto de Jerusalém

Povoado foi abandonado por camponeses que se mudaram para a capital

Em Israel, antes de uma construção particular ou pública ser iniciada, não entram em cena somente os pedreiros e engenheiros. Os arqueólogos ficam à frente dos trabalhos para uma importante tarefa: ver se não há achados arqueológicos no local, que seriam destruídos pelas obras. Então, sempre que um prédio, estrada, encanamento ou qualquer projeto sai do papel, entram em cena os especialistas da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês). Se for encontrado algo historicamente relevante, a construção é paralisada, e pode até mesmo ser cancelada ou transferida de local.



O vilarejo era formado por casas de pedra com vários cômodos e pátios abertos, com um sistema de becos entre elas. Ao que os indícios mostram, eram cultivados pomares e vinhedos nos arredores, atividade que voltou a ser realizada no local com o tempo, até os dias atuais. Entre os artefatos encontrados, estão ferramentas domésticas de moagem de grãos (era comum que o trigo e a cevada fossem adquiridos inteiros e moídos em casa), panelas de cerâmica, jarras para azeite e vinho, lâmpadas a óleo e cerca de 60 moedas – inclusive uma com a figura do rei selêucida Antíoco III (foto à esquerda) e outra com a efígie do monarca hasmoneu Alexandre Janeu.

Isso é completamente compreensível em um país em que cidades foram construídas umas em cima das outras ao longo dos milênios. Até mesmo achados que dizem respeito à época dos acontecimentos da Bíblia podem aparecer numa simples escavação para uma piscina em um quintal doméstico, por exemplo. Tais artefatos e ruínas têm ajudado bastante na compreensão de como era a vida nos tempos bíblicos, além de comprovarem várias passagens do Livro Sagrado dos cristãos.

Foram esses profissionais da IAA que, numa obra de uma tubulação de gás natural na área da estrada de Burma, perto de Jerusalém, encontraram as ruínas enterradas de um povoado rural com 750 metros quadrados, que teria sido fundada no século 3 antes de Cristo (a.C.), quando a região era controlada pela Dinastia Helenista Selêucida. Ao que tudo indica, o lugar não foi destruído em um incidente violento, como é comum a outras localidades.


Como muitas outras vilas camponesas da época, ela foi abandonada no século 1 – após cerca de 200 anos de existência – quando Herodes, o Grande iniciou seu governo. Isso era bastante comum, segundo Yuval Baruch, arqueólogo da IAA, “e pode estar relacionado aos megaprojetos de construções de Herodes em Jerusalém, particularmente a obra do Segundo Templo, o que gerou uma migração em massa dos camponeses para a capital para suprir a mão de obra necessária”.

A estrada de Burma foi aberta como atalho durante a Guerra da Independência de Israel, em 1948, como alternativa à estrada principal longe dali – então sob fogo das forças árabes –, para levar suprimentos para Jerusalém. Hoje, o caminho é mais utilizado pelos adeptos de caminhadas e do ciclismo.

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